A escravidão na atualidade não se trata mais de compra ou venda de pessoas. No entanto, os meios de comunicação em geral utilizam a expressão para designar aquelas relações de trabalho nas quais as pessoas são forçadas a exercer uma atividade contra a sua vontade, sob ameaças de violência física e psicológica ou outras formas de intimidações. Muitas dessas formas de trabalho são acobertadas pela expressão “trabalhos forçados”, embora quase sempre impliquem o uso de violência. Mas, quais são os motivos que nos levam a crer nessa realidade? Temos que considerar no contexto histórico e social para podermos entender perfeitamente esse assunto.
O trabalho escravo perdura até os dias de hoje porque a nova escravidão é mais vantajosa para os empresários que a da época do Brasil Colônia e do Império, pelo menos do ponto de vista financeiro e operacional. No sistema antigo, a propriedade legal era permitida, hoje não. Mas, era muito mais caro comprar e manter um escravo do que hoje. O custo é quase zero, paga-se apenas o transporte e, no máximo, a dívida que o sujeito tinha em algum comércio ou hotel. Se o trabalhador fica doente, é só largá-lo na estrada mais próxima e aliciar outra pessoa. O desemprego generalizado proporciona mão-de-obra farta.
Infelizmente, o que vemos hoje é uma grande quantidade de desempregados, reserva de contingente para o trabalho forçado. Isso facilita a atuação dos medíocres aproveitadores para enganar esses trabalhadores. Estes que são de locais onde a situação de pobreza é imensa. Se não houver uma política de fundo para gerar emprego e renda e fixar a população nos seus estados de origem, não vai adiantar fiscalização ou até mesmo punições para quem descumpre a Lei.
Na escravidão contemporânea, não faz diferença se a pessoa é negra, amarela ou branca. Os escravos são miseráveis, sem distinção de cor ou credo. Porém, tanto na escravidão imperial como na do Brasil de hoje, mantém-se a ordem por meio de ameaças. Isso acontece também com mulheres e meninas que são capturadas para serem escravas domésticas ou a prostituição forçada. É uma realidade que persiste em perseguir apesar do avanço da modernidade. A dignidade de milhões de até crianças e adolescentes está sendo desrespeitadas e violadas em se tratando de direitos humanos.
Pior do que não conseguir um trabalho, é não conseguir sair dele. Levando em conta o que foi observado, nota-se que esse problema nos acompanhará por muitos anos, se depender das políticas públicas existentes. A política no Brasil, como não é levada a sério pelos nossos parlamentares, (e por esse motivo) esse problema (trabalho escravo) nos perseguirá por muito tempo, infelizmente.